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quinta-feira, 2 de agosto de 2012


Lutar e ser um crítico social ou ser um robô feliz?

Para alguns, as oportunidades de oposição ao capitalismo estão severamente limitadas. Outros parecem dizer que, se não podemos realmente transformar o sistema e se não dispomos ou somos incapazes de dispor de uma perspectiva por meio da qual criticar o sistema ou fazer oposição a ele, então é melhor relaxar e aproveitar. Viver a vida como ela é...
Consumir sem freio, se adaptar a realidade, conviver com a corrupção, admitir a exploração, aceitar o desemprego, vivenciar as desigualdades latentes. Tudo isso parece ser um problema sustentável, desde que eu esteja dentro do meu próprio carro, consumindo nos shoppings centers e suprindo alienadamente minhas necessidades vitais. Como sou feliz!
Violência? Ah, esse é só mais um problema que está aí e que eu tenho que enfrentar colocando grades na minha residência, alarmes por todos os lados e não andando tarde sozinho por aí. E já não sei até que ponto quero proteção ou liberdade...
Se vejo algo que me incomoda, o máximo que faço é ir atrás de fazer uma caridade. Vou a um orfanato, a um asilo de velhinhos ou vou dar esmolas para todas os meninos de rua pelos quais eu passar, para ver se assim limpo minha consciência...
Até que ponto estou disposto a mudar ou ao menos entender a sociedade que vivo? Para que preciso da História? Pra que entendê-la se o hoje me satisfaz?
Geralmente, quem pensa dessa forma sabe que nem tudo está bem, sabe que existe a pobreza, a opressão, a falta de moradia hoje crescente, uma classe trabalhadora cada vez mais explorada com novas formas de trabalho inseguro por contrato temporário, os baixos salários, a falta de educação e saúde pública para os 80% da população de dependem delas. Mas não parecem estar nem um pouco dispostos a transformar essa realidade, e não acreditam que um outro mundo é possível.
Papel cumprido. O papel histórico do capitalismo é destruir a história, cortar todo o vínculo com o passado e orientar todos os esforços e toda a imaginação para o que está a ponto de ocorrer. Manter seres humanos conformados é o lema. Carpe diem!!! O negócio é aproveitar, viver o dia como se fosse o último, ser feliz a qualquer custo. Esquecer tudo ao redor e viver numa bolha feliz como nas propagandas de TV.
Sinceramente, é mais fácil ser um robô feliz (ou infeliz). Mas se continuarmos assim, teremos um mundo onde poucos robôs conviverão com gente de carne e osso que só perde a cada dia com a apatia geral gerada por esse individualismo descompromissado que ainda é capaz de criticar os que desejam as mudanças.