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segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Comerciais machistas estão por toda a parte. Há os escrachados, que diz na lata o que querem, outros deixam nas entrelinhas.


Este aqui por exemplo, arranca risadas dos mais desatentos. Mas na minha opinião é um dos mais toscos.


Ele evidencia o ideal de masculinidade. O garoto tem que se adequar aos padrões se não o pai sente vergonha do filho. Uma cobrança que o pai impõe a criança/adolescente.
O machismo do comercial é explicito quando o pai pergunta ao filho se ele já ‘pegou mulher” (tenho vontade de vomitar ao ouvir este termo).  O comercial deixa claro que pai deve se envergonhar do filho que nunca "pegou" uma mulher. Só faltou insinuar que o próximo passo é levá-lo pra zona, pra que o garoto possa se livrar dessa terrível chaga social chamada virgindade. 

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Trocar o sujo pelo mal lavado ou o ladrão pelo assaltante? Itaú ou Bradesco?

Hoje participei de um teatro bem ensaiado. Atendimento VIP, atendentes obrigados a sorrir, tapete vermelho por todos os lados, estrutura de Hollywood,"benefícios", sorvetes, brindes e a grande apelação (camisas oficiais de time de futebol com desconto).
Assim está sendo a abertura de conta no Bradesco, após a licitação vencida pelo banco para a gestão do pagamento dos servidores estaduais do Rio de Janeiro.

Esse negócio está sendo uma briga de foice, afinal quem não quer gerir o pagamento, as contas e os empréstimos consignados de servidores que ganham mal (portanto grande parte faz empréstimos) e tem descontado em folha todos os meses sem nenhum risco a instituição financeira? Todos!
E parece que algumas pessoas estão vendo valorização em tudo isso. É o Bradesco oferecendo “benefícios” de um lado, o Itaú tornando os clientes Uniclass da noite para o dia... É preciso desconfiar!

O Bradesco deveria abrir a CONTA SALÁRIO (livre de tarifas e encargos), mas não é isso que está acontecendo! Eles estão abrindo arbitrariamente CONTA CORRENTE, oferecendo além do cartão de débito, o cartão de crédito, pacotes disso e aquilo, seguro disso e aquilo...
Atenção servidores! Fiquem no banco que vocês queiram, a portabilidade bancária serve pra isso! Não é uma imposição de banco algum!

Nenhum banco oferece BOAS condições. A portabilidade poderá ajudar escolher as menores tarifas dentre as piores.

E estou eu aqui, exausta de ter ido do outro lado da poça e ter perdido um dia inteiro pra ter que resolver isso...

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Reflexo e reflexão

Esses dias completei mais um ano de vida, cheguei aos 26. Estou deixando de ser jovem segundo padrões oficiais e posso ser considerada adulta de verdade. Olha que interessante...
Embora tenha responsabilidades há muito tempo e queira ter o espírito jovem enquanto viver, a sociedade adora nos impor várias coisas. Quanto maior a idade maior a responsabilidade, quanto maior a idade maior abandono do lúdico, quando maior a idade mais padrões a serem seguidos.
Morar com os pais, não estar casada, não pensar em ter filhos... Essas coisas podem parecer estranhas para alguém que já viveu ¼ de século. Afinal, já estou próxima dos trinta e isso deveria ser preocupante e causar desconforto, pois a “fonte de realização da mulher” seria casar, ter marido, filhos...
Minha fonte de realização, meus sonhos nunca foram nem serão esses ou apenas esses.
Não tenho nada contra filhos, casamentos sim. Não acredito que ter um nome que não é meu, um pedaço de metal redondo no dedo e uma benção em um templo com significados questionadores que irão garantir a minha felicidade. A verdadeira realização na vida a dois nunca foi garantida por isso, por mais que haja o costume e a hipocrisia que diz que a felicidade está aí. Acredito que a felicidade na vida a dois, para quem escolhe tê-la, está na capacidade de conversar, respeitar e somar ao invés de substituir e dividir.  
Me orgulho, (sem posicionamentos elitistas) de não freqüentar espaços e festas que deterioram a imagem da mulher, que transformam a mulher em simples objeto a ser consumido, de não usar roupas que marquem o meu corpo, como se apenas tivesse isso para mostrar e como se precisasse disso para conquistar algo na vida, desde um homem até um emprego.
Quero ser saudável, quero praticar esportes e exercícios físicos, mas meu objetivo maior não será ter uma bunda dura com 40 anos, um peito siliconado, um rosto sem expressividade de tanto botox aos 50. Não! Não e não! Isso não me realizaria.
Aliás, as mulheres deveriam saber que, algumas linhas no rosto, algumas marcas de estrias, celulites, não lhes tira a beleza. São apenas testemunhas de que fizeram algo em suas vidas e não tiveram anos ‘em formol’ nem em spa… Apenas viveram e receberam em seu corpo as marcas da vida.
Só cobranças... Pra que tantas? Que tal “viver a vida”, com a maior redundância que este termo pode trazer?
Geralmente quem utiliza a expressão “Viver a vida”, a utiliza de uma forma pequeno –burguesa, irresponsável, como se nada ao redor importasse, só a sua felicidade individual. Sendo que felicidade, como conceito universal não pode existir individualmente, portanto é um termo coletivo, só poderemos ser de fato felizes quando pudermos alcançar a felicidade plena, num mundo onde todos possam ter direito à felicidade. Fato que se torna impossível na sociedade em que vivemos.
Por isso, vivo a vida da forma que acredito ser a melhor, para mim e para os outros. Quero seguir sempre sonhando, acreditando e lutando por um mundo mais justo. Não quero perder o espírito jovem jamais, seguirei contestando, ao contrário de muitos jovens (velhos) que se mostram totalmente adaptados, estáticos e sem criticidade.
De uma juventude que não sonha, ou que acha que sonhar é apenas ter um carro novo, roupas da moda, consumir desenfreadamente e que desconhece a história, o mundo, a realidade que está inserida, dessa eu nunca fiz parte.
Esse tipo de coisa nunca me trouxe realizações, o que me realizará será sim, um mundo onde as pessoas se valorizem pelo que as outras são e não pelo que tem. Um mundo onde não haja a exploração do homem pelo homem, onde as relações sejam mais valorizadas, onde não haja opressão ao considerado diferente/ fora do padrão e que todos possam ter direito a felicidade plena.
Felizmente vejo a perspectiva...

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Sério mesmo! Não aguento mais os discursos moralistas e influenciáveis que estão 
se dando em torno da questão da PM no campus da USP.

A mídia mais uma vez, enfatiza toda e qualquer atitude de vandalismo que acontece e como sempre utiliza atitudes isoladas para difamar o movimento.

Atitudes como essa existem e geralmente são feitas por uma minoria que vem a prejudicar todo o resto. Tenho certeza que as atitudes de vandalismo não são defendidas por aqueles que estão envolvidos com as reais causas do movimento.

E a opinião pública, como sempre, cai nessa. Chamando os estudantes de vândalos, arruaceiros, etc.

Primeiro lugar: O movimento não é pra fumar maconha em paz! E sim, contra a presença da PM no campus!!
Isso é uma luta antiga, sempre fez parte da pauta dos movimentos dos estudantes nas universidades!

Não pode ser aceito é a presença da PM num campus de Universidade pública, local onde deve ser priorizado a construção do conhecimento e não a repressão.
E o papel da PM NÃO É SEGURANÇA, É REPRESSÃO! A mesma PM que está na USP, é a que sobe os morros e favelas para matar jovens, negros e pobres!

A USP, assim como todos os campus das universidades públicas precisam de outras soluções! Velhas conhecidas, como concursos para guarda universitária, necessariamente treinados pra isso e que não interfiram na autonomia das universidades

sábado, 15 de outubro de 2011

SOU UMA PROFESSORA QUE SONHA...
SONHA COM UM ALUNO INTERESSADO;
SONHA COM PAIS RESPONSÁVEIS;
SONHA COM O INVESTIMENTO SENSATO DE 10% DO PIB PARA A EDUCAÇÃO PÚBLICA;
SONHA COM UMA EDUCAÇÃO DE QUALIDADE PARA OS FILHOS DA CLASSE TRABALHADORA;
SONHA COM UM SALÁRIO MELHOR, COM CONDIÇÕES DE TRABALHO MELHORES;
COM UM MUNDO MELHOR.
TAMBÉM SOU UMA PROFESSORA QUE REPRESENTA...
Representa um setor com ensino superior desprestigiado e discriminado, que é incentivado a trabalhar só pelo amor à profissão;
Representa o fantoche nas mãos do sistema, sendo obrigado a implementar as falsas metodologias de ensino;
Representa um ritmo de trabalho alucinante;
Representa a perda de autonomia pedagógica;
Representa a cada dia, na sala de aula, o descaso que os governos  têm com a educação;
Representa o caos do ensino público;

Representamos tão bem, que só não trabalhamos como atores/atrizes, porque já somos PROFESSORES (AS) e não dá para conciliar as duas coisas.

15 DE OUTUBRO. FELIZ DIA DOS PROFESSORES À TODOS OS EDUCADORES,  LUTADORES E SONHADORES!

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Sedução, pra que te quero?




O que me motiva hoje a escrever sobre isso é uma indignação baseada em um comercial, que está sendo veiculado por aí. Já vi vários comentários sobre o mesmo, e hoje saíram notícias inclusive que o governo quer tirá-lo do ar. Bom, se já tiraram o Machado de Assis branco do ar, espero que no mínimo retirem este também.

O comercial é da marca de lingerie “Hope” (link: http://migre.me/5NxsX ), e desde que entrou no ar, tenho visto vários comentários sobre ele. Muitas pessoas (homens e mulheres) ficaram revoltadas com o comercial, pois ele em poucos segundos tenta reconstruir uma mulher baseada em esteriótipos que há muito tempo nós mulheres feministas lutamos pra combater, inclusive queimando os sutiens.

São três comerciais, todos protagonizados pela modelo Giselle Bündchen (o padrão perfeito da expressão do que é a mulher brasileira, loira, alta, magra e rica), mas deixando as ironias à parte, me pergunto, por que uma mulher com tanto dinheiro, se dispõe a fazer este tipo de papel? Tudo bem que esta modelo não prima exatamente pelo combate ao machimo nos comerciais que protagoniza, vide aquela campanha detestável da Sky (link: http://www.youtube.com/watch?v=VRwyi_Y27J8 ). Mas, a mulher já tem uma fortuna pessoal de 150 milhões de dólares. Ela poderia dizer “Não, obrigada, não quero participar de propaganda que difama as mulheres”. Mas não, vai lá e faz cada dia pior. Mas vou deixar a Gisele de lado, não quero me preocupar com ela, quero me preocupar sim com as milhões de mulheres (e homens) que assistirão este comercial e sem nenhum posicionamento crítico irão absorver o que está ali implicitamente colocado.

As três propagandas querem passar três idéias básicas: 1) Que as mulheres são descontroladas e sempre gastam demais; 2) Que mulheres não sabem/não podem dirigir. 3) Querem passar a famigerada idéia de que as sogras são as inimigas número um dos machões de plantão.

Em todos eles, a Gisele tem a difícil missão de contar ao cônjuge todos estes seus pecados (estourar o cartão, bater com o carro do marido, levar a mãe pra morar em sua casa). Para se safar da fúria do homem, ela precisa usar seus dotes “genuinamente brasileiros”. O que consiste em exibir o corpo escultural de lingerie e dizer, com um leve gingado, as “atrocidades” cometidas. “Você é brasileira. Use seu charme” é a mensagem-chave da publicidade.

O objetivo do comercial (além de vender as lingeries) é passar o estereótipo da mulher que, sem trabalho, acaba por descontrolar-se nas compras e gastar todo o dinheiro do casal – com o retoque do mito ‘Mulher no volante, perigo constante’ – a propaganda ainda reforça o ideário destinado à brasileira, a da sedutora inverterada, que sabe usar seu “potencial” e sua ginga rebolativa.

Ao mesmo tempo em que consagra o modelo da mulher-objeto, a propaganda desqualifica aquela que não carrega o modo sedutor de ser. Uma conversa sem performances de sedução – e com roupas – é tida como “errada”.
Este com certeza não é um caso isolado. A estereotipação de mulheres na indústria da propaganda é corriqueira e altamente discriminatória. No mundo dos publicitários, o sexo feminino é aquele destinado às tarefas domésticas (em comerciais de produto de limpeza) ou à satisfação masculina nas propagandas de cerveja, como mulher montada para satisfazer as necessidades dos caras, uma cerveja loira na mão e uma mulher loira na outra, igualando-as no mesmo patamar de necessidade.

O que me preocupa é fato de que, ainda hoje, as pessoas achem natural um comercial deste tipo ser veiculado e não verem “nada demais” neles.

Será que nós mulheres precisamos ser sempre sedutoras para conquistar ou para dizer algo? Precisamos ter sempre a imagem frágil, doce, cativante, passiva? Uma mulher ter suas próprias vontades, posicionamentos claros, coragem, inteligência, a caracteriza também como sedutora. Falo aqui não de sedução como um conceito machista, de agradar aos homens, e sim sedutor no sentido da atração afrodisíaca da inteligência, da crítica, da ação. Há algo mais sedutor que isso?

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Antes que me dêem os parabéns...

Antes que me dêem os parabéns...

Dia 1º de Setembro é comemorado o dia do profissional de educação física, porém essa data representa um grande retrocesso à nossa área, pois essa data foi criada – inventada- a partir da regulamentação do profissional de Educação física (lei 9696/98).
Esta lei foi baseada em teses equivocadas e corporativistas – reserva de mercado, qualificação dos serviços via aparato legal, entre outros – bem como na falsificação do consenso, para persuadir a categoria.
 
A regulamentação do profissional de Educação física representa o interesse de um setor que só ganha com essa lei: o sistema CONFEF/CREF, já que os trabalhadores da área não ganham nada com essa regulamentação que fragmenta a classe, dizendo que quem atua fora da escola não é professor, e sim profissional. Negamos esta distinção e para, além disto, professor é também uma categoria profissional, deslegitimando assim esta afirmação do CONFEF/CREF. 

O processo para aprovação da lei e, em seguida, criação do CONFEF e dos CREF (principalmente a campanha de filiações) sustenta-se em meios de alto teor coercitivo (ausência de amplo debate, restrição da participação dos profissionais nos processos decisórios, a falácia da ilegalidade do exercício profissional caso não esteja filiado ao CONFEF). Esta semana tivemos mais um exemplo, divulgado na mídia, quando prenderam professores em uma academia do Rio de Janeiro,numa suposta ilegalidade, por não possuírem a carteira do CREF (mesmo possuindo graduação e pós-graduação).
Nunca é demais lembrar que estes são alguns dos instrumentos privilegiados por regimes ditatoriais e totalitários, com a única finalidade de garantir interesses privados de certos grupos.


 
O sistema CONFEF/CREF além de representar setores corporativistas dentro da área ingere sobre a formação nas universidades. O CONFEF, não só apoiou como também teve um papel central na elaboração das atuais Diretrizes Curriculares de Educação Física (DCNEF), que dividem a nossa formação em Licenciatura e Bacharelado. E ainda hoje, após a aprovação dessas Diretrizes pressiona as Instituições de Ensino Superior (privadas e públicas) a dizerem aos estudantes que licenciados só podem trabalhar na escola. Isso é uma grande mentira! Segundo o parecer 400/05 do Conselho Nacional de Educação, o licenciado tem ampla atuação, ou seja, pode trabalhar dentro e fora da escola – o contrário do que o CONFEF diz.
 
O CONFEF defende a divisão entre licenciatura e bacharelado assim como defende também a fragmentação e enfraquecimento dos trabalhadores – nos colocando como licenciados x bacharéis e profissionais x professores. Entendemos que independente do local em que trabalhamos, estamos lidando com os conhecimentos da cultura corporal a partir da prática pedagógica – seja na acadêmica, clube, hospital, escola, etc. 


No dia 1º de setembro, certamente haverá um show bancado por nossas anuidades, uma campanha com grandes ícones do esporte na mídia e uma forte campanha a favor do “dia do profissional de educação física”.
Mas este dia não deve ser comemorado e sim questionado.
O CREF não serve pra nada! Apenas faz fiscalizações estúpidas em academias, clubes e demais espaços, a fim de prender trabalhadores que lidam com dança, capoeira, artes marciais, etc. por serem considerados “leigos”, prendem quem atua sem a carteira do conselho e em contrapartida, fecham os olhos para o que fazem donos de academias que pagam 3 reais hora/aula para um professor e contratam estagiários para trabalharem sem remuneração. Além disso, metem o bedelho na área escolar, fazendo com que os concursos públicos exijam a carteira de conselho para tomar posse no serviço público, quando nenhum outro professor (de outras disciplinas) precisa disto, necessitando apenas do diploma e aprovação na prova.

Por estes e outros motivos...
Nosso dia não é 1º de setembro, é 15 de outubro. Dia do professor!
Fora CONFEF/CREF! 

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

A greve na Rede Estadual terminou, mas a luta continua!

Não é com grande alegria e forte comemoração que encerrei minha primeira greve.
Apesar de ter participado limitadamente, sem fazer parte do comando de greve ou ter ficado acampada, pude participar dos atos e assembléias da rede e estive na luta junto aos profissionais da educação.
Estou há um ano e meio na rede estadual, e não sou daquelas que se conformam com a realidade estabelecida. Mesmo sob ameaças da direção da minha escola, por eu ser a única em estágio probatório, não me deixei intimidar, entrei em greve e fui até o fim.

Foram 66 dias de greve da categoria e as conquistas, apesar de estarem longe do que reivindicamos, não podem ser desprezadas. O compromisso do governo para descongelar o plano de carreira dos funcionários administrativos e o pagamento dos enquadramentos pendentes, inclusive de 40 horas, foram conquistados. Graças à greve o governo reajustou a GLP e O SAERJ foi desmoralizado perante a comunidade escolar.
Não considero uma grande vitória os ganhos materiais obtidos, mas reconheço que a mobilização nessa greve representou uma vitória para a categoria. 
Ela é um marco, é uma prova que a categoria voltou a reagir, recuperou a sua autoestima e está pronta para o combate.


Porém, chegamos a um limite. Na atual conjuntura, seria difícil arrancar algo mais deste governo. E é preciso saber o momento correto para iniciar e terminar um movimento de reivindicação. Não acho que foi errado a greve ter terminado agora. Saímos dela fortalecidos, e estamos em estado de greve, tendo certeza de que as conquistas foram poucas, mas a nossa força é grande e estaremos prontos para um novo combate.

A luta tem que continuar, contra o SAERJ, o boicote ao Conexão educação e todo o plano de metas do governo que vem pra trazer um caos ainda maior para a educação do Rio de Janeiro, uma das piores do país.

A culpa de tudo isso é dos governos de plantão que não valorizam a educação! Somente deles.  Por isso, volto a dar aulas, MAS CONTINUO na luta e EM LUTO PELA EDUCAÇÃO!

sexta-feira, 22 de julho de 2011

O lado mais nefasto do preconceito

RANKING - REDE ESTADUAL - REMUNERAÇÃO DOS PROFESSORES NO BRASIL - (40 h-a)

RANKING - REDE ESTADUAL - REMUNERAÇÃO DOS PROFESSORES NO BRASIL - (40 h-a)

Nº    UF    REMUNERAÇÃO
1º    RR    4.047,49
2º    DF    3.953,04
3º    MA    3.263,38
4º    MS    2.784,43
5º    TO    2.677,62
6º    ES     2.647,44
7º    AP     2.566,14
8º    PA    2.531,80
9º    AM    2.349,78
10º   MT    2.270,32
11º   AC    2.234,39
12º   AL    2.089,99
13º   SE    2.008,35
14º   PR    2.001,78
15º   BA    1.981,20
16º   RO   1.917,55
17º   SP    1.844,90
18º   PI    1.678,15
19º   MG   1.583,33
20º   SC    1.561,45
21º   RS    1.541,28
22º  GO    1.525,18
23º   CE    1.461,51
24º   PB    1.367,39
25º   RJ    1.220,00
26º   PE    1.209,00
27º   RN    1.157,33

O estado do Rio, um dos estados que mais arrecada no páis, tem o penúltimo pior salário para a Educação!
A GREVE CONTINUA, CABRAL A CULPE É TUA!

Resposta ao texto de Paulo Guiraldelli Jr.



Não costumo perder meu tempo discutindo com pessoas de mente tão fechada e que se baseiam em argumentos acríticos e sem contextualização histórica.
Afinal, o senso comum está aí, as análises rasas a mídia já faz o favor de nos colocar todo momento, e os reacionários estão presentes o tempo todo em nossas vidas.
Só debato com pessoas assim, se eu tiver num espaço onde diversas outras pessoas possam me ouvir, pois assim não estaria dando “nó em pingo d’água” e poderia assim desmascarar seus argumentos, afim de que outros possam refletir.
De certa forma isto aconteceu, sendo que a platéia desta vez foi o facebook, onde entrei num debate que deu “pano pra manga”, com um professor “renomeado” da UFRRJ, filósofo e colunista do JB, o Sr. Paulo Guiraldelli Jr.
Após ler um texto seu, publicado em seu blog e divulgado na rede social (só assim pra eu ler, pois não costumo visitar um blog tão sem conteúdo interessante...) fiquei intrigada, pois o referido professor se diz falar em nome dos oprimidos, é contra a homofobia e se diz contra o machismo. E pasmem, ele reivindica que este texto (http://ghiraldelli.pro.br/2011/07/21/a-beleza-que-se-poe-na-mesa/), é um texto anti-machista,segundo suas palavras.
Vejam bem, não estou cobrando nenhum posicionamento revolucionário do professor, apenas que seja honesto ao falar de um tema como o feminismo.

O texto trás alguns pontos que eu gostaria de refutar aqui para os interessados na leitura, visto que em determinado ponto, me recusei a debater com o tal professor, que utilizou dos métodos mais baixos, me caluniando, me chamando de “burra”, e dizendo que eu não havia compreendido o mesmo.
Já evidenciando neste ponto o seu machismo, onde a desqualificação às mulheres é uma das maiores armas. Fazer com que pensemos que somos menos capazes, que somos “burras”, que não podemos cumprir determinadas tarefas é, e sempre foi umas das armas mais fortes do sistema opressor, expresso pelos homens. Neste caso, se fosse um homem a refutar seus argumentos, ele certamente não agiria como agiu. Pra quem não viu, aqui está o trecho da conversa (http://www.facebook.com/profile.php?id=1244255992). A outra parte, em minha página, eu mesma fiz questão de excluir, devido ao baixo nível das palavras, que em nada engrandeceriam quem me fizesse uma visita.

Pois bem, Sr. Paulo Guiraldelli, não só compreendi MUITO bem o seu texto, como tenho os argumentos cabíveis para questioná-lo e tentar de alguma forma impedir que ele circule por aí como um texto “anti-machista”, o que definitivamente não é.
Sou mulher, socialista, feminista e da classe trabalhadora. Como todas as mulheres do mundo, sofro opressão, seja na sociedade, seja nos espaços cotidianos da forma mais sutil. Então, creio que tenho mais propriedade pra falar do assunto do que algumas pessoas que insistem em querer meter o bedelho onde não são chamadas.

O texto do Sr. Paulo Guiraldelli é carregado de falsas ideologias, de argumentos baratos, de senso comum, de análises superficiais da realidade. O central do texto, a sua tese (ora, achei que pra ter uma tese era preciso dominar determinado assunto) é a “beleza na política”, onde o mesmo afirma que para uma mulher chegar a ter um cargo político, ou mesmo para ser ouvida é necessário que a mesma seja BONITA.

É verdade que na sociedade que vivemos, a beleza é algo muito incentivado, uma forma de se vender produtos, de criar um padrão inalcançável e de construir pessoas doentes em busca de um padrão de beleza que nunca irão atingir. Sabemos que é assim. Mas daí a pegar argumentos liberais, midiáticos, e com isso fazer uma analise invertida da realidade, definitivamente, não cabe.


É muito fácil convencer as pessoas com hipóteses baseadas no senso comum. Um texto machista pode encontrar muito mais respaldo no mundo do que este texto aqui, que vai contra a realidade estabelecida. Por isso, talvez estas pessoas, como o referido professor, se sintam tão confortáveis em escrever coisas que lhe vem à cabeça sem nenhuma reflexão ou compromisso.

Pegar fatos isolados sempre foi um problema pra fazer qualquer análise mais geral, mas o Sr. Paulo Guiraldelli optou por isso. Ele cita duas mulheres da “política”, a Manuela D’Avila, deputada no sul pelo PC do B e a líder estudantil Camilla, projetada na mídia recentemente, por conta dos protestos estudantis no Chile. O fato de estas mulheres estarem em evidênciaa, por si só já demonstra a machismo existente, onde o papel de mulher está pré-estabelecido, e à mulher só cabe ser uma coisa, ser inteligente ou ser bonita. Ora, ser os dois? Que ousadia!
É assim que se vê. Se encontramos mulheres inteligentes (que não acho que seja o caso da Manuela do PCdoB) e bonitas, elas entram logo em evidência, pois é algo diferenciado, é algo que vende, e que por isso está mais na mídia.

A superficialidade já começa aí, onde iguala as duas mulheres a defensoras do comunismo, a Manuela do PCdoB e a estudante Camila, do Chile. Ora Paulo, dizer que a estudante do Chile que saiu as ruas, lutando junto com milhares de estudantes contra os ataques do governo é comunista, tudo bem. Agora, desde quando alguém do PCdoB é comunista, a não ser na sigla que carrega o partido? 
Disse ainda que o comunismo hoje só é ouvido por mulheres bonitas. Ou seja, ele resume todos os problemas (a falta de consciência das massas, a falta de direção política) simplesmente à falta de beleza das mulheres. Ok, ok, então todas as mulheres bonitas venham para a esquerda revolucionária, porque assim a revolução acontecerá amanhã!!!

Se uma mulher bonita é sempre uma melhor candidata. (Então se a Gisele Bundchen se candidatar a presidente seria uma candidata com grandes chances de vencer, pois todos estariam dispostos a ouvi-la...)


Não vejo nenhuma mulher de referência hoje na política, infelizmente. Dilma, a presidenta, chegou ao poder para oprimir ainda mais os trabalhadores, com o aprofundamento da política de arrocho salarial, não tomou nenhuma medida ao menos progressista em seu governo, vide o veto às políticas que combatem a homofobia e não implementou nenhuma política de combate ao machismo, ou seja, significou nenhum ganho real para as mulheres deste país. Marina Silva, mostrou a que veio na última eleição e vem se degenerando cada dia mais. Heloísa Helena...Cadê ela mesmo??!?!
Enfim, apesar de discordar politicamente de todas estas mulheres, elas tiveram uma expressividade “enquanto mulher” importante na política deste país e foram ouvidas, apesar de “feias”.

Beleza abre portas? Sim, hoje infelizmente esta é mais uma nuance do capitalismo, mais uma forma dele se sustentar, explorar e oprimir. Afinal, no mercado de trabalho não cabem todos, é preciso deixar muita gente de fora, preferencialmente mulheres, negras, feias, de cabelo crespo... Ou estas são as primeiras a se adaptarem ao padrão de beleza, ou ficam de fora. Ou se vêem negras atuando em novelas fora da senzala ou da cozinha? Se tiver alguma negra fora destes papéis, certamente ela estará num outro papel social, “mais clara”, rica e de cabelo alisado.

 O que me motiva a dar respostas a pessoas como o Sr. Paulo Guiraldelli, é o fato de  sempre acreditar que chegará o tempo em que um mulher será julgada pelos mesmos padrões morais utilizados para os homens, pois não é a sua específica virtude feminina que lhe dará um lugar de honra ou desrespeito na sociedade, mas o valor da missão cumprida por ela, o valor de sua personalidade como ser humano, como membro da sociedade, como pensadora, como trabalhadora, como lutadora.

Espero sinceramente, que algumas pessoas que se reivindicam intelectuais, sejam também pessoas mais honestas e não saiam por aí disseminando falsas ideologias...


Por: Amanda Moreira