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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Cara Amanda-mais-velha,
Quem te escreve do ICQ é a Amanda de 12 anos de idade. Falando sério: não queria que você se transformasse numa pessoa careta. Deixa de se preocupar tanto com as coisas! Isso não vai te levar a lugar nenhum, cara! O negócio é curtir a vida, arranjar um namorado bonitinho, que tenha dinheiro pra gastar no shopping, escutar uns rock, usar umas roupinhas da hora e ser feliz. Pra que estudar tanto? Pra que tanta preocupação? Esse negócio de lutar por um mundo melhor não vai levar a nada. O mundo é feito de gente má, egoísta e a gente não pode remar contra a corrente. É isso e pronto. O pai está certo quando diz que a política está falida e que não temos mais para onde correr. As mulheres têm um papel a cumprir: cuidar do marido, da casa e dos filhos. Ser mãe é a realização de toda mulher. Aff! Esse mundo está perdido mesmo, lembra do João da nossa turma? Virou Gay! Eca, que nojo cara, nem posso imaginar essa cena. Deus não aceita essas coisas! Aliás, você tem ido à Igreja?
Cara Amanda-mais-nova,
Eu virei aquilo que você mais odeia. Você ainda não entende isso, mas você é uma reacionária que precisa sair da influência midiática e dos padrões comportamentais opressores. Você confunde o oprimido com o opressor. Odeia feministas, humanistas, ativistas. Você acha que ser contra essas pessoas é ser contra a corrente. O mundo, assim como você, é racista, machista, homofóbico. Não quero lotar seu ICQ com mensagens e te encher com aquele barulhinho irritante, então não vou escrever muito. Antes te recomendo estudar um pouco mais a história do teu país, do mundo que você vive e inclusive da religião que você segue. Você acha que inventou o “orgulho branco”, mas a Ku Klux Klan já falava isso bem antes de você. Sua forma de pensar é velha. Sugiro ler um pouco sobre o feminismo antes de odiá-lo. Sinto lhe informar, mas me tornei aquilo que você mais odeia: sou comunista, sou feminista e sou ateia. Mas acredito que se você estudar e entender o peso de humanidade que carrega estas três palavras, você vai mudar um pouco as suas ideias.

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Trabalhou naquela obra como se fosse a última
Ergueu a Arena da Copa como se fosse a última
Construiu cada estádio como se fosse o único
Fez a sua greve com seu passo tímido
Elevou sua jornada como se fosse máquina
Despencou no chão pelas paredes pouco sólidas
Cumpriu os prazos da Odebrecht num desenho mágico
Foi demitido em meio a cimento e lágrima
Queria ver o jogo como se fosse sábado
Comeu feijão estragado como se fosse um príncipe
Caiu na Fonte Nova como se fosse um náufrago
Ergueu o Maracanã como se ouvisse música
E tropeçou no andaime como se fosse um bêbado
E flutuou no Beira-Rio como se fosse um pássaro
E se acabou no Castelão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do dinheiro público
Morreu no Mineirão atrapalhando o tráfego

Paródia da música “Construção” no dia do trabalhador em homenagem aos oito operários mortos nas obras de construção dos Estádios da Copa do Mundo de 2014.
José Afonso de Oliveira Rodrigues, Raimundo Nonato Lima Costa, Fábio Luiz Pereira, Ronaldo Oliveira dos Santos, Marcleudo de Melo Ferreira, José Antônio do Nascimento, Antônio José Pitta Martins e Fabio Hamilton da Cruz. Presentes!

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Cabelos brancos nos homens dizem que é charme;
Cabelos brancos nas mulheres dizem que é desleixo;
Cinquentões como George Clooney, Richard Gere, Tom Cruise , “quanto mais velhos melhores”.
Já as cinquentonas, bastam colocar uma roupa mais curta para dizerem “podia respeitar a idade que tem!” 

Segundo pesquisa divulgada hoje, a vida começa aos 54 anos para homens;
Já para as mulheres começa muito antes, pois precisam ser “maduras” para cuidar dos filhos;
Vi um programa esses dias falando que os homens a partir dos 40 tornam-se mais bonitos por causa das marcas de expressão que deixam seus rostos mais simétricos. Isso mesmo!!!
Já para as mulheres já se vendem produtos de beleza para combater “rugas” a partir dos 25 anos de idade!!! Afinal, são sempre as mais jovens que são consideradas mais bonitas e atraentes.

Porque a maturidade não pode ser sinônimo de beleza para ambos?
O machismo, essa lógica que nos torna diferentes, que nos inferioriza, é mesmo muito cruel.
Sejamos livres dessas amarras! Todas nós, mulheres, somos lindas! Maduras, jovens, altas, baixas, negras, loiras, com cabelo pintado, com cabelo branco, gordas, magras...
F***-se quem pensar e propagandear o contrário! Não passarão!

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Reflexões sobre o 7 de outubro...

Minha postagem no facebook ao chegar ontem à Cinelândia foi: “Lindo ato! Ah, que coincidência, sem PM não teve violência!”

Pura verdade. Depois de percorrer toda a Avenida Rio Branco, ouvir várias palavras de ordem, cenas lindas, criatividade, fantasias, juventude de escolas e universidades, diversos sindicatos, bombeiros, médicos, bancários, aposentados, amigos das mais diversas profissões, conseguia finalmente lavar a alma... Parecia que todo aquele sentimento de enjôo, náusea e mal estar que havia tomado conta dos profissionais da educação deste o dia 1º de outubro, quando fomos massacrados pela PM, estava se dissipando. A sociedade em peso estava ali conosco, as camisetas pretas dos grevistas se diluíam em meio a tanta gente...
Saí do ato achando que nada iria acontecer, pois não tinha um policial sequer ao longo de toda a Rio Branco, fato inédito em todas as manifestações desde junho.
Ué, e por que o choque não estava lá dessa vez? A resposta é simples. Porque a PM, o governador e o prefeito estão com a imagem jogada na lama depois dos acontecimentos da última semana.

Pois bem, logo depois de sair de lá soube que os Black Blocs entraram em ação e a PM mais uma vez barbarizou...
Antes que venham me dar lições de moral , não sou a favor do método dos Black Blocs.  Ainda não, pois acho que a população precisa ser ainda mais politizada para cobrar antes de quebrar.  Mas, em relação a isso, quero dizer que:

- Não fiquei nem um pouco triste em ver mais vidraças de bancos quebradas, afinal, não tenho nenhum apreço por banqueiros e imagino que nenhum professor  tenha;
- Também  não fiquei triste p
elo incêndio na porta da Câmara dos Vereadores, tampouco acho que podemos classificar isso de meramente “vandalismo”. Vandalismo para mim é colocar grades de três metros de altura em toda Cinelândia, impedir a entrada de pessoas dentro da câmara de vereadores, conhecida também como “a casa do povo”, fazer votação às escuras e reprimir quem quer que seja que esteja ao redor daquele espaço. Portanto, incendiar a porta da câmara é apenas REAGIR a tudo isso. O incêndio da porta da câmara foi feito com uma banda marcial tocando Bella Ciao... Acreditam? Achei sensacional quando soube disso...
- Também não lamento o Clube Militar em chamas, não lamento o ônibus incendiado e blá blá blá todo o resto.

Apesar de achar a tática dos Black Bloc ingênua, eu respeito esses meninos corajosos que chutam de volta as bombas de gás lacrimogênio, que entrelaçam os braços e se põem na linha de frente com um madeirite para apanhar da polícia e servir como contenção ao avanço da PM sobre os outros manifestantes.

E de uma coisa eu tenho certeza: Sou CONTRA esse discursinho que a rede globo encampa de PACÍFICOS X VÂNDALOS. As infames manchetes dos jornais da organização Globo só vemos a retórica: "vândalos infiltrados", "mascarados infiltrados" como se o objetivo fosse separar a manifestação entre dois grupos. Uma limpa, clean, 'festa democrática', outra de "vândalos", "baderneiros" que não sabem o que é democracia. Essa postura é burra e limitada e insulta a nossa inteligência. A mídia sempre irá atacar o movimento sendo ele pacífico ou não! Criminalizam os Black Blocs no intuito de atribuir a eles aquilo que é feito pelo Estado. É a polícia do Rio de Janeiro que é a terrorista da história! São eles que batem, jogam bombas, atropelam sem prestar socorro. Quem está no dia das manifestações vê que a repressão não acontece só quando tem Black Bloc, acontece a todo momento, sem critério, sem lógica, conforme os acontecimentos da semana passada. Sim! A polícia vai continuar batendo com ou sem os Black, pois servem apenas para isso, para repressão e proteção do Estado.

Na ditadura dos militares acusavam de “subversivos” os que ousavam questionar a “ordem”, os que sequestravam embaixadores, políticos, ou que optavam pela luta armada. Agora na ditadura do Cabral/Paes acusam de “vândalos” os que quebram bancos. Posso não concordar com a tática dos Black Blocs, assim como não concordo com a tática de guerrilha utilizada em outros momentos históricos, mas não tenho dúvidas que estamos do mesmo lado da luta!

Achei por bem colocar essas questões, porém, que não percamos o FOCO! A tarefa é derrotar o plano nefasto que arrebenta com a categoria dos profissionais de educação do Rio de Janeiro e que destruirá a educação municipal. Com ou sem Black Blocs, essa é a nossa tarefa!

terça-feira, 16 de abril de 2013


Liberdade de expressão ou liberdade de opressão? No humor vale tudo?


Há quem diga que em piada vale tudo. E justifica o preconceito dizendo: “É humor!”
Programas tipo “Zorra Total” da Rede Globo emitem piadas sobre abuso sexual, incentivam a rir do pobre, de alguém que se ferra no metrô ou no trem lotado todos os dias, de alguém que é bulinada nesses lugares, da mulher feia, do negro, do gordo. Tudo vira motivo de piada. E o pior, os trabalhadores que passam por isso, riem. Riem da sua situação de desgraça e desconforto. Programas como esse não passam de aberrações e deveriam ser extintos da face da terra.
Porém, não é nem a esse tipo de humor que me dedico a escrever esse texto. Também não me refiro a programas como “Pânico” que revelam o mais alto grau de tolice, apoiando-se em mulheres nuas e seminuas para conquistar audiência a qualquer preço. Refiro-me a essa nova modalidade de humor chamada “Stand up”, à moda do vale tudo no humor e essa leva de humoristas que posam de cultos e inteligentes.
Nos últimos anos temos visto brotar um monte desse tipo de “humorista”, que parecem levar muita gente às risadas. Eles fazem piadas que dizem: “Se uma mulher feia for estuprada ela tem que aproveitar”, ou “O homem que estupra uma mulher feia não merece cadeia e sim um abraço”. (Rafael Bastos). Ou aqueles que dizem que não tem nada de mais em chamar um negro de macaco, como afirmou Danilo Gentili. Esse tipo de gente nem deveria ser considerada comediante. O que esses caras falam dá náuseas. E não tem nada de inteligente.
Criticar, fazer piadas, dentro de seu privilégio branco e heterosexual é muito fácil. O difícil é ser criativo, não jogar com o senso comum. É muito fácil fazer piadas com esteriótipos, desmontá-los é muito mais difícil e para isso esses “humoristas” não teriam a menor capacidade. É curioso que piadas sobre gays, mulheres, negros sejam contadas por brancos, bonitinhos e heterossexuais. Esses humoristas não fazem nada além de se privilegiar de sua posição na sociedade para oprimir outrem.
O problema passa a ser maior quando isso passa a influenciar as pessoas. Piada racista, riem. Machista, dão gargalhadas. Homofóbica então, acham muita, mas muita graça e ainda dizem que todos os “politicamente corretos” são chatos e incovenientes e que todos que contestam esse tipo de “humor” são mal amados, sem senso de humor, caretas, etc. Ainda vemos muitas vezes negros que fazem piada consigo mesmo ou mulheres que riem de sua condição e que acabam reproduzindo o preconceito do qual elas mesmas são vítimas.
Sou daquelas que acredita que existem maneiras de se fazer rir sem humilhações a quem quer que seja. Frases machistas que colocam as mulheres no lugar de submissão, objeto, frases racistas que colocam o negro como alguém de menor valor, ou homossexuais como alguém que não merece respeito. Tudo isso não deveria levar o nome de piada, e sim de imbecilidade.
Quem está errado é em quem insiste no preconceito ou quem luta contra eles?
Nesse caso, opto pelo politicamente correta sim, careta também. Chamar um negro de macaco não é e nunca foi engraçado.
Liberdade de expressão? Pra isso não! A liberdade termina onde começa o direito e o respeito pelo outro. Temos limites sim, todos temos! Eu não posso fazer tudo o que quero e nem falar tudo o que quero. Não podemos confundir liberdade de expressão com liberdade de opressão. Esse tipo de humor tem q ser extinto sim!
“É só uma piada...” Isso significa o que? Que não é uma opinião?
Dizer que é só uma piada querendo que não tenha um real significado é uma ignorância. O que esses caras fazem é política, pois qualquer manifestação artística pode se expressar de uma maneira conservadora e transformadora. Eles estão fazendo política e escolheram um lado, o da opressão e do senso comum. E na boa, não tem nada de inteligentes. É o senso comum que ri das suas piadas e isso deveria ser desconcertante para quem se acha inteligente. Buscar a inteligência deveria ser fugir do senso comum.
Fica a dica de um documentário excelente sobre esse papo. Mostra os dois lados, os dos “politicamente corretos” e dos humoristas de “stand up comedy”.
Qual lado é o seu?


terça-feira, 27 de novembro de 2012

"A polícia agora é boazinha..."



Esta semana assisti ao documentário “5X Pacificação”. Estava esperando pelo filme por conhecer o talento dos diretores do "5X Favela", e por outro, “5X Pacificação” me instigou a curiosidade desde seu primeiro anúncio, justamente por trazer a tona um tema tão presente na vida dos moradores do Rio de Janeiro (sendo ou não das favelas), as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).
Conforme anunciado, o filme abordaria o tema das UPPs segundo o olhar dos próprios moradores, porém, se o objetivo era que as UPPs fossem examinadas de dentro, do ponto de vista dos que moram nas comunidades, essa não foi a impressão que tive ao assistir o documentário.
O filme patrocinado pelo governo, teve a presença constante de elementos da atual gestão da administração estadual, como o secretário de segurança José Mariano Beltrame e o próprio governador, desta vez super solícito, falando em diversas partes do vídeo, dizendo que é um frequentador assíduo da Rocinha.
Como ponto positivo no documentário, destacaria os diversos aspectos presentes na vida dos moradores das favelas, como a ausência de um projeto de empregabilidade para os jovens que deixam ou querem deixar o tráfico, a ausência de políticas públicas para aqueles moradores, a falta de condições dignas de vida, as dificuldades com transporte, a ausência de programas sociais, fatos colocados pelos moradores e movimentos sociais que estiveram presente no documentário, demonstrando que suas preocupações são nada menos que o reflexo de um estado omisso e ausente.
Hoje há uma lamentável visão de que as “UPPS” são mil maravilhas. O filme corroborou esta ideia, e a presença do governo no documentário veio para reforçar a ideia de que a UPP é a solução para todos os males, sendo destacada o tempo todo como uma grande aposta para a segurança pública no Rio de Janeiro.
Hoje observa-se uma naturalização na relação entre polícia e sociedade. No decorrer do documentário quando tinha uma fala contraria a UPP, era motivos de risos da platéia no cinema, formada pela classe média que se coloca numa posição confortável e ignora o que acontece dentro das comunidades.
A UPP é fundamental sim, mas não para os moradores, não para garantir a paz fictícia, mas sim se torna fundamental para o Estado. Hoje, longe de ser uma medida contra o crime e em favor das populações pobres, a política de ocupação militar das comunidades faz parte de uma estratégia de militarização das favelas e de criminalização da pobreza, com o único objetivo de controlar aquelas áreas para garantir a tranqüilidade para a Copa e as Olímpiadas.
Hoje já assistimos a um projeto de turismo para as favelas próximas à zona sul. Na Rocinha e Santa Marta há o Favela Tour (como se visitar uma favela fosse um grande safári) para os turistas dentro de um JEEP conhecerem as ruelas. Além disso, é a classe A que hoje passa a frequentar seus espaços, que fazem bailes dentro destas favelas com valores exorbitantes, fazendo daqueles espaços, espaços privativos, apropriando-se da cultura ali produzida, para lucrar e esvaziar de significado a cultura local, reforçando a ideia de que estas comunidades deixem de pertencer aos próprios moradores.
No filme, observei o lado do governo, mas o que gostaria de verdade era ver o lado do oprimido, aliás, ainda espero ver esse lado. Seria muito bom uma proposta de um filme alternativo que pudesse contar o outro lado da história. Um documentário que mostre a opressão feita pelas UPPs, que desminta a ideia de que esta polícia é diferenciada, não repressora. Que desminta o governo e a imprensa que divulgaram a ocupação militar na Rocinha, a maior favela do país, como uma ‘libertação’ dos cerca de 100 mil moradores da região. Que não ignore o histórico de abusos e violência que marcaram outras ocupações (invasões), como a do Complexo do Alemão em 2010, na qual os policiais deixaram um rastro de agressões e roubos e que continuam existindo barbaridades como a que foi noticiada hoje, onde um PM matou um jovem de 18 anos dormindo dentro de casa.
As UPPs utilizam armamento de guerra, como fuzis, muitas vezes sem o treinamento adequado para lidar com o equipamento. O que o programa “A liga” ensaiou no episódio do morro da mangueira, considero que vale muito a pena assistir:

Esse programa mostrou muito bem alguns aspectos da visão que moradores têm das UPPs, além de mostrar relatos que também ressaltaram a falta de estrutura nas favelas e a realidade das pessoas que vivem na comunidade.
Não precisa ser morador das favelas para se indignar com a condição de vida dessas pessoas, com o descaso do estado, com as moradias precárias, com a mudança na condição de vida das pessoas, com uma polícia que agora vem instituindo a censura nas atividades de lazer dos moradores e um longo etc.
Dos olhos atentos aos desatentos, todos vêem que a implementação das UPPs não acaba com o problema do tráfico, nem mesmo ameniza. Não vai à raiz do problema que passa pela legalização das drogas com uma política eficaz de combate ao tráfico. Enquanto a polícia prende e exibe à imprensa os peixes pequenos, os grandes beneficiados pelo tráfico de drogas estão bem longe das favelas. Políticos, juízes, a alta hierarquia da polícia gozam de total impunidade.
E sobre a história de polícia boazinha, que agora dá "Bom dia" e se encontra na padaria...Ora! Não existe polícia não opressora no estado burguês, a polícia existe apenas para reprimir pobres, negros e trabalhadores. É luta de classes e a política é o braço armado do Estado, não há como ser diferente.
O que há hoje nas Comunidades é a troca da opressão do trafico pela opressão da policia.
Fico realmente me questionando essa naturalização da relação polícia-sociedade que hoje existe e fico me perguntando: Quando é que os excluídos deste país ,terão o direito de não sofrer violência nenhuma? Nem dos ditos marginais  nem dos representantes do próprio Estado?
Alguns dos moradores de favelas do Rio de Janeiro, acredito que possuam uma sensação de melhora em sua segurança, na medida em que nas áreas ocupadas pelas UPP’s, a presença dos traficantes e de sua forma de violência realmente possa ter diminuído. Com toda certeza isso é um lucro para as vítimas de sua opressão, reconheço. No entanto, a violência promovida pelo Estado permanece. Uma forma de violência é menos pior do que duas. Mas quando é que essas pessoas, não terão que suportar nenhuma violência? 

sexta-feira, 5 de outubro de 2012


Pra mim, o debate na globo ontem foi um grande joguinho de cartas marcadas e terminou zero a zero, fraco em todos os lados. Nenhum candidato fez o Paes tremer. Vi apenas uma troca de pequenas ofensas administrativas como numa reunião de condomínio.
“Otário Leite” cumpriu bem o seu papel de reacionário, Aspásia Verde demonstrou sua incompletude, o Maia resgatou memórias de seu papai que poderia ter deixado quieto e o Freixo decepcionou com seu discurso limitado (embora não dê pra cobrar muito de um candidato reformista e um partido eleitoreiro que tem utilizado do vale-tudo pra ganhar eleição).
Senti falta da palavra “trabalhador” que não foi citada sequer uma vez, por nenhum dos candidatos. Tive a impressão de estarmos vivendo na propaganda eleitoral do Paes com alguns probleminhas administrativos, ou seja, num Rio quase perfeito onde o maior problema é o trânsito.
Parece que estamos vivendo num Rio de Janeiro onde só existe classe média. Onde não existe miséria, população nas ruas, falta de saneamento, pessoas morrendo nas filas dos hospitais, analfabetos funcionais sendo formados nas nossas escolas, muita corrupção nas obras públicas, pessoas sendo expulsas de suas moradias em nome dos grandes eventos e um longo etc...
Enfim, muito blá, blá, blá...
Faltou ser discutido um projeto de cidade, uma cidade onde a maioria da população não tem vez!
Sem dúvidas faltou um revolucionário. Ao final do debate do Rio não me restam dúvidas, o candidato vencedor foi Cyro Garcia!