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quarta-feira, 30 de abril de 2014

Trabalhou naquela obra como se fosse a última
Ergueu a Arena da Copa como se fosse a última
Construiu cada estádio como se fosse o único
Fez a sua greve com seu passo tímido
Elevou sua jornada como se fosse máquina
Despencou no chão pelas paredes pouco sólidas
Cumpriu os prazos da Odebrecht num desenho mágico
Foi demitido em meio a cimento e lágrima
Queria ver o jogo como se fosse sábado
Comeu feijão estragado como se fosse um príncipe
Caiu na Fonte Nova como se fosse um náufrago
Ergueu o Maracanã como se ouvisse música
E tropeçou no andaime como se fosse um bêbado
E flutuou no Beira-Rio como se fosse um pássaro
E se acabou no Castelão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do dinheiro público
Morreu no Mineirão atrapalhando o tráfego

Paródia da música “Construção” no dia do trabalhador em homenagem aos oito operários mortos nas obras de construção dos Estádios da Copa do Mundo de 2014.
José Afonso de Oliveira Rodrigues, Raimundo Nonato Lima Costa, Fábio Luiz Pereira, Ronaldo Oliveira dos Santos, Marcleudo de Melo Ferreira, José Antônio do Nascimento, Antônio José Pitta Martins e Fabio Hamilton da Cruz. Presentes!

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