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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Antes que me dêem os parabéns...

Antes que me dêem os parabéns...

Dia 1º de Setembro é comemorado o dia do profissional de educação física, porém essa data representa um grande retrocesso à nossa área, pois essa data foi criada – inventada- a partir da regulamentação do profissional de Educação física (lei 9696/98).
Esta lei foi baseada em teses equivocadas e corporativistas – reserva de mercado, qualificação dos serviços via aparato legal, entre outros – bem como na falsificação do consenso, para persuadir a categoria.
 
A regulamentação do profissional de Educação física representa o interesse de um setor que só ganha com essa lei: o sistema CONFEF/CREF, já que os trabalhadores da área não ganham nada com essa regulamentação que fragmenta a classe, dizendo que quem atua fora da escola não é professor, e sim profissional. Negamos esta distinção e para, além disto, professor é também uma categoria profissional, deslegitimando assim esta afirmação do CONFEF/CREF. 

O processo para aprovação da lei e, em seguida, criação do CONFEF e dos CREF (principalmente a campanha de filiações) sustenta-se em meios de alto teor coercitivo (ausência de amplo debate, restrição da participação dos profissionais nos processos decisórios, a falácia da ilegalidade do exercício profissional caso não esteja filiado ao CONFEF). Esta semana tivemos mais um exemplo, divulgado na mídia, quando prenderam professores em uma academia do Rio de Janeiro,numa suposta ilegalidade, por não possuírem a carteira do CREF (mesmo possuindo graduação e pós-graduação).
Nunca é demais lembrar que estes são alguns dos instrumentos privilegiados por regimes ditatoriais e totalitários, com a única finalidade de garantir interesses privados de certos grupos.


 
O sistema CONFEF/CREF além de representar setores corporativistas dentro da área ingere sobre a formação nas universidades. O CONFEF, não só apoiou como também teve um papel central na elaboração das atuais Diretrizes Curriculares de Educação Física (DCNEF), que dividem a nossa formação em Licenciatura e Bacharelado. E ainda hoje, após a aprovação dessas Diretrizes pressiona as Instituições de Ensino Superior (privadas e públicas) a dizerem aos estudantes que licenciados só podem trabalhar na escola. Isso é uma grande mentira! Segundo o parecer 400/05 do Conselho Nacional de Educação, o licenciado tem ampla atuação, ou seja, pode trabalhar dentro e fora da escola – o contrário do que o CONFEF diz.
 
O CONFEF defende a divisão entre licenciatura e bacharelado assim como defende também a fragmentação e enfraquecimento dos trabalhadores – nos colocando como licenciados x bacharéis e profissionais x professores. Entendemos que independente do local em que trabalhamos, estamos lidando com os conhecimentos da cultura corporal a partir da prática pedagógica – seja na acadêmica, clube, hospital, escola, etc. 


No dia 1º de setembro, certamente haverá um show bancado por nossas anuidades, uma campanha com grandes ícones do esporte na mídia e uma forte campanha a favor do “dia do profissional de educação física”.
Mas este dia não deve ser comemorado e sim questionado.
O CREF não serve pra nada! Apenas faz fiscalizações estúpidas em academias, clubes e demais espaços, a fim de prender trabalhadores que lidam com dança, capoeira, artes marciais, etc. por serem considerados “leigos”, prendem quem atua sem a carteira do conselho e em contrapartida, fecham os olhos para o que fazem donos de academias que pagam 3 reais hora/aula para um professor e contratam estagiários para trabalharem sem remuneração. Além disso, metem o bedelho na área escolar, fazendo com que os concursos públicos exijam a carteira de conselho para tomar posse no serviço público, quando nenhum outro professor (de outras disciplinas) precisa disto, necessitando apenas do diploma e aprovação na prova.

Por estes e outros motivos...
Nosso dia não é 1º de setembro, é 15 de outubro. Dia do professor!
Fora CONFEF/CREF! 

Um comentário:

  1. Fora CONFEF/CREF!

    E mais uma vez o profissional da educação(leia-se,o professor),é posto em segundo plano,com essa divisão entre licenciado e bacharel.Um absurdo!

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