As mobilizações nas redes sociais são bem legais, mas como tudo nesse meio internauta “twitterfacebookiano” parece ir e vir como vento. Algo que mexeu com todo mundo no final do ano passado, que fez até com que os menos politizados fizessem uma postagem ou dessem uma opinião, foi o bafafá sobre a Usina de Belo Monte.
O que impulsionou todo o envolvimento das redes foi um vídeo feito por artistas globais, representando o movimento Gota d’água. O vídeo trouxe entre vários rostos bonitos a pergunta “Você já ouviu falar na hidrelétrica de Belo Monte?” A pergunta foi feita pela atriz Juliana Paes e foi ouvida por 3,2 milhões de pessoas.
É... Parece que a pergunta foi respondida. Boa parte da população, em especial a juventude brasileira desconhecia o assunto, ou não tinha uma opinião formada sobre o mesmo, e no mesmo instante. PLIM! Todo mundo estava contra a usina! Quanto poder esses artistas tem, hein? Enfim, puderam fazer uma coisa boa...
As falas em defesa dos índios, dos rios, da floresta amazônica tomaram conta, mas não durou muito... Logo depois, veio uma avalanche de vídeos contrários, contrários a esse posicionamento e a favor da usina. Vídeos que vieram contrapor os globais engajados. Como esse aqui, chamado “tempestade em copo d’água”.
Esse vídeo foi utilizado por uma galera que acha que pensa, ou que pensa de acordo com seus próprios interesses, e virou mais um fenômeno na rede. Começaram a rolar na internet, outros vídeos, feitos por estudantes playboys da engenharia de algumas universidades públicas.
Os vídeos pareceram ser feitos com patrocínio dos maiores defensores e beneficiários da usina, pelo governo, ou pelas construtoras. No mínimo. E vieram colocando os problemas ambientais como “exageros”.
Estes vídeos, feito por estudantes de engenharia de várias universidades, somados, passou o numero de exibições do vídeo dos atores. E pela harmonia de divulgação, organização, só os mais desatentos não desconfiariam que eles foram PATROCINADOS. Ou alguém acredita mesmo que os estudantes de engenharia se mobilizariam por alguma causa social? Difícil hein. Quem já fez movimento estudantil sabe que não é assim que a banda toca...
A Revista Veja, com seu orgulho reacionário, na mesma semana publicou como matéria principal. Adivinhem? Os boyzinhos e patygirls da Engenharia (eles se amam...).
Por fim, vieram os vídeos produzidos na própria localidade, portanto dito pelo não dito, fico sempre com quem tem conhecimento de causa, com quem sente na pele. E esses vídeos deram conta disso, mostram como a população local está sofrendo com o processo de construção da usina...
Vídeos dos estudantes paraenses:
Esse também é dos paraenses:
Por fim este, que em especial sintetizou tudo muito bem. Mescla o discurso dos playboys queridinhos da Veja com imagens e depoimentos de quem realmente vive a realidade local. Esclarecedor!
O fato incontestável é que as tribos indígenas estão sendo arrancadas, como mandiocas da terra. A usina de Belo Monte vai alagar, inundar e destruir 640 km² de floresta amazônica. Onze municípios estão na área de abrangência da usina e 640 km² serão alagados (área maior que Curitiba). Na zona rural serão inundados mil imóveis e 18 escolas e o número de desalojados pode chegar a 40 mil pessoas. A diminuição do nível do rio gerará grande impacto ambiental e social para a região da bacia do Xingu. Serão afetados direta ou indiretamente 21 comunidades quilombolas e 30 terras indígenas.
E o ápice da esquizofrenia, Belo monte produzirá quatro meses por ano, utilizando apenas 40% do seu potencial, isso classifica a hidrelétrica como um dos projetos brasileiros de menor eficácia energética...
O que observamos nessa briga de foice, é que foi grande a disputa ideológica em torno desse tema. mas agora, o debate vai continuar?
Nenhum comentário:
Postar um comentário